consórcio não é investimento

Porque consórcio não é investimento

Porque consórcio não é investimento

Você já ouviu alguém dizer que consórcio é uma forma de investimento? Se sim, saiba que essa afirmação é um grande equívoco. Embora muitas pessoas ainda acreditem nisso, é essencial compreender que consórcio não é investimento e que sua finalidade é completamente diferente da de aplicações financeiras.

Muitos acabam associando o consórcio a um investimento devido à promessa de adquirir um bem no futuro sem pagar juros. Mas será que essa ideia faz sentido? Neste artigo, vamos esclarecer essa questão de uma vez por todas, explicando o que realmente é um consórcio, suas diferenças em relação a um investimento e quando ele pode ser vantajoso.

O que é um consórcio?

Para começar, vamos entender o conceito de consórcio. Basicamente, um consórcio é uma modalidade de compra programada na qual um grupo de pessoas se reúne para formar um fundo comum. Cada participante contribui mensalmente com um valor, formando uma espécie de poupança coletiva. O dinheiro arrecadado é utilizado para contemplar os participantes, que recebem uma carta de crédito para a compra do bem ou serviço desejado.

A contemplação ocorre de duas formas principais:

  • Por sorteio, que define aleatoriamente quais participantes receberão a carta de crédito;
  • Por lance, onde um participante pode ofertar um valor maior para antecipar sua contemplação.

Dessa forma, o consórcio é uma estratégia de planejamento financeiro para aquisição de bens ou serviços de forma organizada, mas sem a garantia de quando a carta de crédito será obtida.

Características de um investimento

Para entender por que o consórcio não pode ser considerado um investimento, precisamos analisar os elementos que caracterizam um investimento verdadeiro. Basicamente, qualquer aplicação financeira deve apresentar três aspectos fundamentais:

1. Rentabilidade

Um investimento deve proporcionar lucro ao longo do tempo. Isso significa que o valor aplicado precisa render, seja por meio de juros, valorização de ativos ou distribuição de dividendos.

2. Risco

Todo investimento envolve algum nível de risco, ou seja, a possibilidade de não obter o retorno esperado ou até mesmo perder parte do capital investido. Esse risco pode variar, sendo mais alto em ações da bolsa de valores e mais baixo em títulos públicos.

3. Liquidez

Liquidez se refere à facilidade de resgatar o dinheiro investido quando necessário. Um investimento com alta liquidez pode ser convertido rapidamente em dinheiro, como acontece com aplicações em renda fixa e fundos de emergência. Já investimentos com baixa liquidez podem demorar para serem resgatados sem perdas.

Agora que você conhece os três pilares de um investimento, podemos comparar com o consórcio para entender por que ele não se encaixa nessa categoria.

Por que consórcio não é um investimento?

Embora muitas pessoas acreditem que o consórcio possa ser uma forma de investimento, essa ideia não é correta. Veja os principais motivos:

1. Falta de rentabilidade

Diferente de aplicações financeiras, no consórcio não há valorização do dinheiro pago. Todas as parcelas que você contribui vão para um fundo comum, e você só recebe o valor que pagou (ou uma carta de crédito equivalente). Ou seja, não há rendimento ou juros a seu favor.

2. Ausência de risco financeiro

Um investimento real envolve algum nível de risco. No consórcio, no entanto, esse risco praticamente não existe. O que você paga é utilizado para adquirir um bem ou serviço, sem a possibilidade de valorização ou desvalorização como ocorre em aplicações financeiras.

3. Liquidez extremamente baixa

Você não pode resgatar o dinheiro investido em um consórcio a qualquer momento. Para ter acesso à carta de crédito, é necessário ser sorteado ou dar um lance. Se precisar do dinheiro antes disso, ele não estará disponível.

Em resumo, o consórcio não gera lucro, não apresenta risco de valorização ou desvalorização e não permite resgates imediatos. Por isso, ele não pode ser considerado um investimento.

Comparação entre consórcio e investimento

Para deixar ainda mais claro, vamos comparar as principais diferenças entre um consórcio e um investimento:

CaracterísticaConsórcioInvestimento
ObjetivoAquisição de um bem sem jurosObter rentabilidade sobre o capital
RentabilidadeNenhumaVaria conforme o tipo de investimento
RiscoBaixoPode ser baixo, médio ou alto
LiquidezBaixa (depende da contemplação)Pode ser alta, média ou baixa
Possibilidade de resgate antecipadoNãoSim, dependendo do investimento

Fica evidente que, enquanto um investimento busca aumentar o capital ao longo do tempo, um consórcio é apenas uma forma planejada de aquisição de bens.

Quando o consórcio pode ser uma boa escolha?

Embora o consórcio não seja um investimento, isso não significa que ele não tenha vantagens. Para algumas pessoas, essa modalidade pode ser interessante, principalmente nos seguintes casos:

1. Para evitar os altos juros do financiamento

Uma das grandes vantagens do consórcio é a ausência de juros abusivos, como ocorre em financiamentos tradicionais. Em vez disso, o consórcio cobra apenas uma taxa de administração, que costuma ser mais acessível do que os juros de um banco.

2. Para quem não tem pressa

Se você deseja comprar um imóvel, carro ou outro bem, mas não precisa dele imediatamente, o consórcio pode ser uma alternativa viável. Como a contemplação depende de sorteio ou lance, não há garantia de quando você terá acesso à carta de crédito.

3. Para quem tem disciplina financeira

O consórcio pode ser uma boa opção para quem tem dificuldade de poupar dinheiro por conta própria. Como exige pagamentos mensais, ele funciona como uma forma de planejamento financeiro forçado, garantindo que você reserve um valor mensal para adquirir um bem no futuro.

Apesar de algumas pessoas confundirem o conceito, o consórcio não é um investimento. Diferente de aplicações financeiras, ele não gera rentabilidade, tem baixa liquidez e não envolve risco de mercado.

No entanto, o consórcio pode ser uma alternativa vantajosa para quem deseja adquirir um bem sem pagar juros altos, desde que esteja ciente das suas limitações e do tempo de espera para a contemplação.

Se o seu objetivo é fazer o dinheiro crescer, investir em alternativas como renda fixa, fundos de investimentos ou ações será muito mais eficaz. Mas se você busca uma forma organizada e sem juros de adquirir um bem, o consórcio pode ser uma boa escolha.

Agora que você já sabe a diferença entre consórcio e investimento, qual dessas opções faz mais sentido para o seu planejamento financeiro? Deixe seu comentário!

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