carros novos não vêm mais com extintor

Por que os carros novos não vêm mais com extintor?

Por que os carros novos não vêm mais com extintor?

A pergunta “Por que os carros novos não vêm mais com extintor?” é mais comum do que se imagina, especialmente entre compradores de veículos recentes ou profissionais do setor automotivo. A mudança não aconteceu de forma repentina, mas é resultado de debates técnicos e análises sobre a real efetividade do uso do extintor em automóveis de passeio.

Durante muitos anos, carregar um extintor de incêndio no carro era mais do que uma prática comum no Brasil, era uma exigência legal. Qualquer motorista que circulasse sem o equipamento estava sujeito a multa e pontos na carteira. No entanto, com o passar do tempo, essa obrigação foi revista, gerando dúvidas em grande parte dos condutores e interessados em legislação de trânsito.

Se você quer entender de forma clara e fundamentada o que motivou essa decisão, quais leis envolvem a questão, e o que muda na prática para motoristas, este artigo foi feito sob medida. Acompanhe a leitura e aprofunde seu conhecimento sobre esse aspecto importante da segurança veicular e da legislação brasileira.

A evolução da legislação brasileira

Historicamente, o uso do extintor de incêndio era obrigatório em todos os veículos automotores, conforme definido por resoluções do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN). Essa exigência vinha desde os primeiros códigos de trânsito, sob a justificativa de que o extintor poderia ser essencial no combate a incêndios em caso de acidentes.

Até o ano de 2015, a obrigatoriedade se aplicava a todos os veículos, e a não observância dessa regra era considerada uma infração grave, com aplicação de multa e pontos na CNH. A legislação previa ainda critérios técnicos para o tipo de extintor, sua validade e manutenção.

No entanto, o avanço tecnológico dos automóveis e os dados estatísticos começaram a questionar a real eficácia do equipamento, especialmente em carros de passeio. A legislação, por consequência, passou a ser revista.

A resolução do CONTRAN: O que mudou?

A grande virada ocorreu com a publicação da Resolução nº 556/2015 do CONTRAN, que revogou a obrigatoriedade do extintor de incêndio em veículos automotores de uso particular. A partir dessa norma, automóveis, utilitários, camionetas e triciclos de cabine fechada fabricados a partir de então não precisam mais vir equipados com extintor.

A resolução baseou-se em estudos técnicos do Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN) e em dados de ocorrências de incêndio. A decisão levou em conta o fato de que, na maioria dos casos, os motoristas não conseguiam usar o extintor corretamente, tornando sua presença ineficaz em situações reais.

A mudança passou a valer oficialmente em janeiro de 2016, embora tenha gerado debates até se consolidar nos anos seguintes.

Por que o extintor deixou de ser obrigatório?

As razões por trás da revogação da obrigatoriedade são múltiplas e envolvem questões práticas, técnicas e estatísticas. Entre os principais motivos, destacam-se:

  • Baixa efetividade do uso do extintor por condutores não treinados;
  • Avanços tecnológicos na indústria automobilística, com maior proteção a incêndios;
  • Redução no número de ocorrências em que o extintor faria diferença;
  • O custo e a manutenção do equipamento, frequentemente não verificados pelo motorista.

Segundo o CONTRAN, a medida visa reduzir exigências que não apresentam benefícios reais e promover o foco em ações mais efetivas para a segurança no trânsito.

Exceções: Casos em que o extintor ainda é necessário

Apesar da liberação para veículos de passeio, nem todos os carros estão isentos. Ainda há casos em que o uso do extintor permanece obrigatório, como:

  • Veículos de transporte coletivo de passageiros;
  • Veículos de transporte de produtos inflamáveis ou perigosos;
  • Automóveis de uso comercial, em alguns casos específicos;
  • Empresas de transporte rodoviário, conforme normas da ANTT.

Nestes casos, o tipo de extintor, sua carga e validade devem seguir normas específicas do INMETRO e da ABNT.

Segurança veicular: O que mudou na prática?

Na prática, a retirada do extintor não comprometeu os níveis de segurança dos veículos. Os carros modernos utilizam materiais menos inflamáveis, sistemas de contenção de calor e dispositivos automáticos que reduzem drasticamente as chances de incêndio espontâneo.

Além disso, o tempo de reação necessário para que um motorista localize, destrave e utilize um extintor corretamente é, muitas vezes, maior do que o necessário para evacuar o veículo com segurança.

A nova abordagem prioriza educação no trânsito e prevenção, em vez da obrigatoriedade de equipamentos que têm eficácia limitada em mãos não treinadas.

Carros usados e revendas: O que fazer com o extintor?

Para quem possui um carro usado fabricado antes da mudança, não é mais obrigatório manter o extintor, salvo se o veículo se enquadrar em uma das exceções já citadas. Os revendedores não precisam fornecer o equipamento em veículos de passeio, o que diminui os custos operacionais.

No entanto, caso o extintor ainda esteja presente, é importante garantir que esteja dentro da validade e com o lacre intacto. Um equipamento vencido pode causar penalidades caso esteja presente em veículos que ainda exigem sua obrigatoriedade.

Ainda vale a pena ter?

Mesmo sem exigência legal, muitos motoristas ainda optam por instalar um extintor por precaução pessoal. Não há impedimentos, desde que o equipamento cumpra as normas técnicas do INMETRO e seja instalado corretamente, sem afetar o funcionamento dos airbags ou outros sistemas de segurança.

Entretanto, vale lembrar que ter um extintor a bordo não substitui cuidados preventivos como manutenção do sistema elétrico, verificação de vazamentos e atenção à qualidade do combustível utilizado.

O motivo do por que os carros novos não vêm mais com extintor no Brasil foi uma decisão embasada em estudos técnicos e estatísticos que avaliaram sua real eficácia. A legislação evoluiu para se adaptar à realidade atual dos veículos e às práticas de segurança mais modernas, priorizando prevenção e educação no trânsito.

Entender essa mudança ajuda não apenas motoristas e compradores, mas também todos os envolvidos com legislação e segurança viária a atuarem de forma mais consciente e informada. Embora o extintor não seja mais obrigatório para veículos particulares, sua presença, quando voluntária, ainda pode ser útil em situações específicas.

Agora você entende o real motivo pelo qual os carros novos não vêm mais com extintor?

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